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Mobilização Precoce em Pediatria: você pratica?

Você mobiliza o teu paciente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica a qual você trabalha? Ou acredita que por se tratar de crianças, os efeitos deletérios do imobilismo não estão presentes.

Bom, sabe-se que a fraqueza muscular adquirida em UTI pediátrica é tão comum quanto em UTI adulto. A gravidade depende da faixa etária do paciente, há maior prevalência em crianças maiores.

A imobilidade prolongada e o repouso absoluto das crianças levam ao catabolismo, que associado à degeneração nervosa axonal, gera perda de miosina e atrofia muscular. Essas alterações atuam como fatores predisponentes para polineuropatia e/ou miopatia do doente crítico, o que acarreta aumento de duas a cinco vezes no tempo de permanência da ventilação pulmonar mecânica (VPM) e dificuldade do desmame ventilatório. A restrição ao leito pode acarretar na inatividade, imobilidade e disfunção severa do sistema osteomioarticular. O imobilismo de uma semana, por exemplo, pode levar a perda de força muscular em torno de 40-50%.

A terapia de mobilização precoce substitui há décadas a ideia de que o imobilismo seria protetor para o paciente crítico. Envolve um contexto global, ao qual o termo “mobilização precoce” se refere à movimentação, redução da sedação e trocas de decúbito. A mobilização dos pacientes críticos restritos ao leito, associada ao posicionamento preventivo de contraturas articulares na UTI, pode ser considerada um mecanismo de reabilitação precoce com importantes efeitos acerca das várias etapas do transporte de oxigênio, manutenção da força muscular e da mobilidade articular, além de melhorar a função pulmonar e o desempenho do sistema respiratório.

Logo, isso facilitará o desmame da VPM, reduzirá o tempo de permanência na UTI e, consequentemente, a permanência hospitalar, além de promover melhora na qualidade de vida após a alta hospitalar. Entretanto, atualmente não existem protocolos padrões que orientem o treinamento físico desses pacientes críticos. Tal fato é importante, uma vez que esses doentes têm uma taxa elevada de morbimortalidade, comprometimento da função respiratória com consequente redução da qualidade de vida e elevados custos dos cuidados em saúde.

Diante destas informações, vamos elaborar protocolos de mobilização para a tua UTI? Quais os recursos fisioterapêuticos poderemos utilizar?

Referências:

- www.amib.com.br

Texto desenvolvido por:

Dra. Camila Maximo Dias

- Formada em Fisioterapia pela Universidade de Taubaté (UNITAU)

- Especialista em Fisioterapia Respiratória pela Irmandade da Santa Casa de SP

- Especialista em Fisioterapia Pediátrica e Neonatal pelo COFFITO/ ASSOBRAFIR

- Mestranda em Pediatria pela Universidade de São Paulo (USP)

- Preceptora do curso de Fisioterapia pela Universidade Nove de Julho (UNINOVE)

- Tutora da Residência Multiprofissional da Saúde da Criança e do Adolescente pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

- Professora da Pós Graduação em Pediatria da Physio Cursos

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