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Dra. Carla Gutschov

Particularidades dos cuidados paliativos em idosos

Existem evidências de que o envelhecimento celular humano torna o organismo mais suscetível a doenças. Um dos objetivos mais importante da intervenção de um profissional que lida com o envelhecimento é cuidar da pessoa idosa e protege- la.


Idosos apresentam maior prevalência de doenças crônico-degenerativas para quais não existe tratamento curativo e que podem prolongar se por tempo indeterminado, como nas situações de câncer, demência, doença renal crônica, insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, fragilidade e outras. Todas são indicadas uma abordagem paliativa.



De acordo com a (Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), o significado de paliar é proteger. "Paliar, derivado do latim pallium, termo que nomeia o manto que os cavaleiros usavam para se proteger das tempestades pelos caminhos que percorriam. Proteger alguém é uma forma de cuidado, tendo como objetivo amenizar a dor e o sofrimento sejam eles de origem física, psicológica, social ou espiritual. Por esse motivo, quando ouvir que você ou alguém que conhece é elegível a cuidados paliativos, não há o que temer.”


Cuidados Paliativos e Geriatria mantem entre si uma evidente aproximação conceitual. A Geriatria, aceita de uma forma mais natural a finitude a partir da observação do processo de envelhecimento. Tanto a abordagem geriátrica quanto a paliativa enfocam o cuidado na pessoa e não na doença, reconhecendo a inserção da família nesse processo.


O envelhecimento humano é um processo universal, progressivo, declinante e intrínseco. Seu processo fisiológico é determinado por modificações. O paciente geriátrico deve receber um acompanhamento processual desde do momento em que sua independência está preservada, seguindo –se durante as situações de dependência e vulnerabilidade, expandindo –se até a sua morte.


As demências são alvos de intervenções na Geriatria e Cuidados Paliativos, demência representa uma história de perdas, com profundas repercussões sobre a família, que acompanha o declínio cognitivo, social e motor de um ente querido. Na fase final da doença, a família lida com um paciente emagrecido, restrito ao leito, incapaz de se comunicar e com máxima dependência. O paciente permanece anos na fase avançada e meses na fase final. Uma pessoa com diagnóstico de demência é indispensável que uma abordagem paliativa seja inserida em seu cuidado desde do momento do diagnóstico.


A morte é um processo natural do ciclo da vida. Nos idosos, a morte pode ser associada a várias doenças que comprometem a independência e autonomia.


É fundamental a integração de profissionais de múltiplas competências técnicas, numa associação de saberes e ações que caracteriza a interdisciplinaridade, composta em profissionalismo, sensibilidade, humildade, capacidade de comunicação.


"Cuidado paliativo não é uma alternativa de tratamento, e sim uma parte complementar e vital de todo acompanhamento do paciente.” (Cicely Saunders )


Texto escrito pela Dra. Carla Gutschov

Especialista em Gerontologia Clínica e Social pela Unifesp Especialista em Oncologia pelo Albert Einstein Especialista em Fisioterapia Intensivista pela Fabic Fisioterapeuta pela Universidade Paulista – UNIP Pedagoga pela Universidade Paulista – UNIP

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