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A presença do fisioterapeuta na equipe de cirurgia bucomaxilofacial

As cirurgias bucomaxilofaciais são realizadas pelo cirurgião bucomaxilofacial, especialização da odontologia que trata de traumas e anomalias do complexo maxilo-mandibular, dores orofaciais, enxertos ósseos na região da boca e implantes dentários.


As cirurgias bucomaxilofaciais geralmente são eletivas e, desta forma, deve ser garantida a minimização dos riscos para que o trans e o pós operatório ocorram de forma segura.


Entretanto, estas cirurgias podem ter repercussão respiratória, muscular e articular, como no caso da cirurgia ortognática e das cirurgias da articulação temporomandibular (ATM). Assim, é de grande valia a presença de profissionais como fonoaudiólogos e fisioterapeutas para acompanhamento e tratamento desses pacientes.


A fisioterapia atua junto à equipe de cirurgia bucomaxilofacial desde o pré-operatório, com uma avaliação minuciosa e completa que deve conter informações sobre doenças sistêmicas prévias, função respiratória, função da ATM, sensibilidade orofacial e identificação dos fatores de risco para complicações pós operatórias.


No pós operatório imediato a presença do fisioterapeuta é de extrema importância principalmente nas cirurgias realizadas em âmbito hospitalar, com o paciente sob anestesia geral. Isto devido ao risco de complicações respiratórias relacionadas com a intubação (muitas vezes são pacientes com via aérea difícil) e a ventilação mecânica, a manipulação intensa de tecidos na face e comunicação com as vias aéreas já que é uma cirurgia realizada por dentro da cavidade oral, o que aumenta os riscos de broncoaspiração. Assim, no pós operatório imediato, faz-se necessária uma avaliação respiratória detalhada e, quando necessárias, condutas afim de evitar e tratar complicações pulmonares e relacionadas ao edema de face e pescoço.


Além da questão pulmonar e de vias aéreas, o fisioterapeuta pode atuar dentro da equipe bucomaxilofacial de forma a tratar o edema advindo dessas cirurgias, minimizando assim o desconforto e a dor referida por esses pacientes.


Quanto à motricidade orofacial, cabe ao fisioterapeuta o tratamento de possíveis complicações traumáticas e cirúrgicas como a paralisia facial, auxiliando no retorno às funções normais e protegendo o globo ocular. Além disso, a orientação do fisioterapeuta sobre exercícios de mímica facial facilita muito a recuperação dos movimentos orofaciais.


No pós operatório tardio, a atenção volta-se para a ATM, para garantir função dentro dos padrões de normalidade e evitar aderências articulares.


Assim, a presença do fisioterapeuta na equipe visa diminuir riscos, evitar ou tratar complicações e devolver função de uma forma mais rápida, segura e efetiva. Porém ainda é uma área pouco explorada e muito fragmentada, com poucos profissionais que tem conhecimento não só da função e da fisiologia das estruturas envolvidas mas também das cirurgias realizadas. Assim, a busca de conhecimentos a respeito dessa área garante um diferencial na formação do fisioterapeuta.


Para atender da melhor forma estes pacientes e evitar a fragmentação do atendimento, o profissional deve ter conhecimento sobre os tipos de cirurgias e técnicas cirúrgicas bem como adaptação das técnicas e recursos fisioterapêuticos para a região da face, pescoço e boca, conforme a cirurgia realizada.


Texto escrito pela Dra. Ana Carolina Bonetti Valente

Fisioterapeuta graduada pela Universidade Estadual Paulista – UNESP

Aprimoramento em Anomalias Craniofaciais e Síndromes pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – USP

Especialização em Fisioterapia em Unidade de Terapia Intensiva Adulto pelo Hospital Israelita Albert Einstein

Mestrado em Ciências da Reabilitação pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – USP

Doutoranda em Ciências da Reabilitação pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais – USP


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