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Bronquiolite Viral Aguda: Desobstrução rinofaringea retrógrada versus aspiração de vias aéreas super

Dentro da fisioterapia respiratória existe várias técnicas utilizadas para as crianças com bronquiolite viral aguda (BVA), dentre elas as técnicas de desobstrução rinofaringea retrógrada e a aspiração de vias aéreas superiores. Porém será que existe diferença entre as duas técnicas? Um estudo publicado no ano de 2016 na revista Respiratory Care realizou essa comparação e os resultados você confere abaixo na matéria escrita pela Dra Jeniffer Villela Melo, fisioterapeuta, aluna da pós-graduação em fisioterapia intensiva pediátrica e neonatal da FABIC.


Objetivo: O presente artigo teve como objetivo comparar os efeitos imediatos da Desobstrução Rinofaringea Retrógrada (DRR) versus Aspiração de Vias aéreas Superiores (VAS), em lactentes internados com Bronquiolite Viral Aguda (BVA).

Método: trata-se de um ensaio clinico randomizado, com 100 lactentes, com idade de até 12 meses, com diagnóstico de BVA.

Os lactentes foram divididos em dois grupos, um grupo realizou apenas DRR com instilação de solução fisiológica 0,9% e o outro grupo realizou aspiração de VAS. Após a intervenção, os lactentes foram avaliados quanto a FC, FR, escore clínico de disfunção respiratória e efeitos adversos.


Resultados: Em ambos os grupos, houve uma redução significativa da frequência cardíaca, porém no grupo de DRR levou 10 minutos para diminuição da FC, enquanto no grupo de aspiração de VAS levou 30 minutos. O número de sangramento nasal foram 1 no grupo de DRR e 28 no grupo de aspiração de VAS, os episódios de vômitos foram 7 no grupo de DRR e 11 no grupo de aspiração de VAS.

Os lactentes classificados como Moderados de acordo com escore clínico de disfunção respiratória utilizado, demonstrou que as crianças que foram submetidas a DRR apresentaram redução significativa nas retrações (100% vs. 84,6) quando comparadas ao grupo que realizou aspiração de VAS.

Também foi observado que os lactentes do grupo de aspiração, tiveram um aumento de 6,7 e 19,5% na sibilância e retrações respectivamente, enquanto no grupo de DRR mostrou apenas 4,6 para ambos os parâmetros.


Conclusões: O uso da DRR quando se trata de lactentes com BVA pode ser uma alternativa para a desobstrução das vias aéreas superiores, pois mostrou efeitos positivos imediatos na ocorrência de esforço respiratório quando comparada com a aspiração.


“Minha opinião sobre o assunto é bem simples e sucinta, a aspiração de VAS deve ser realiza quando o paciente não for capaz de proteger a via aérea e não como um manual de instruções com horários pré-definidos. Devemos ter cautela e entender que não se trata de um procedimento simples, a prática da aspiração pode lesionar e trazer efeitos colaterais graves para qualquer paciente, em qualquer faixa etária”.


Referência:

RHINOPHARYNGEAL RETROGRADE CLEARANCE INDUCES LESS RESPIRATORY EFFORT AND FEWER ADVERSE EFFECTS IN COMPARISON WITH NASOPHARYNGEAL ASPIRATION IN INFANTS WITH ACUTE VIRAL BRONCHIOLITIS – RESPIRATORY CARE – DEZ – 2016.

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